Já estávamos há algum dias no quartel de Mueda, quando se deu a primeira saída para o mato.Era um simples patrulhamento para nos adaptármos, ao que iriamos encontrar nos próximos tempos.
Já não me lembro exactamente como foi o meio de
transporte, mas penso que nos levaram
para as "águas" e daí partimos a pé. Já na
picada, e em formação de "bicha de pirilau", lá fomos nós,o pelotão, na nossa primeira MISSÃO.
Todos iamos tensos e de G3 bem apertada apontada
para o mato, barulho não se ouvia, e
tudo á nossa volta éra de um verde intenso e de
vegetação bastante densa.Os nossos passos eram bastante cautelosos e fora do trilho dos carros, de repente, perto de uma ponte de betão, ouve-se uma
tremenda explosão que me projectou uns metros mais á
frente.Não senti as pernas, mas sempre a correr, dirigi-me para o interior da mata e aí comecei a apalpar o corpo para me certificar se
estáva tudo no lugar.Felizmente estáva e depois de fazer
a reconstituição, lembro-me de vêr um pedaço de madeira na junção da picada com a ponte, sendo essa madeira que eu teria pisado e provocado a
explosão.Nunca percebi o porquê de apenas sêr um
rebentamento para provocar barulho.Imediatamente foi feita
ligação para a aviação e apareceu um T6 que
fez um voo picado e algumas rajadas,terminando ali a
nossa primeira saida para o mato.Muitas se seguiram ao longo dos meses
em que lá estivemos.
José Fernando Pascoal Monteiro ( Ex-Furriel Miliciano )