Um
pequeno episódio Não sei porquê mas nunca tive jeito para herói,
muitas vezes tive medo, Eu sou assim não tenho
culpa. Logo nos primeiros dias da nossa chegada ao Sagal o nosso Comandante
de Companhia , quis que a gente saboreasse o cheiro e as arranhadelas do mato,
por isso começamos logo com idas para o mato. A minha
primeira vez as viaturas deixaram-nos um pouco antes do Chindorilho, e nós fomos
para sul a corta mato á procura de um trilho. Fomos ter a um trilho com sinais de muito concorrido, mais tarde viemos a saber que o
referido trilho era a famosa auto- estrada norte-sul por nós baptizada. Quando chegamos ao trilho o nosso Alferes que mais
tarde veio a morrer numa emboscada posicionou a minha secção ao sul depois aí
uns 200 a 300 metros a 3ª secção e por último a 1ª Secção ficando ele nesta
secção. Passado algum tempo passam dois turras como a gente
lhes chamava, no sentido das outras secções. Passado quase uma hora e nada tendo
acontecido estava eu apreensivo ao que se teria passado. Ora qual não é o meu espanto quando possivelmente os
dois homens regressam . Mandei abrir fogo e os dois vão embora mas pelo menos
um deles foi ferido. Acontece que a grande distância vinha o grosso da
coluna e eles eram os arrebenta minas deles. O Alferes comunicou o que se tinha passado, daí ter
ido montar praticamente todos os dias emboscadas Acrescento que quando mandei abrir fogo estava
convencido que eles ouviam o meu coração a bater.Não tinha mesmo jeito nenhum para herói.