
Hoje Outubro
de 2016 , vou escravinhar um pequeno episódio que fui buscar ao sótão das
memórias e que tem como pano de fundo as matas que circundavam o Sagal.
Numa
operação sem objéctivo determinado encontramos um pequeno aldeamento. Como fomos detetados quase sobre o aldeamento, ouvimos
os habituais tropa aué tropa aué.
Nisso e na
fuga, uma rapariga e a mãe quase
esbarraram comigo , foram levadas connosco
e como por lá andamos mais dois dias
e duas noites. Elas lá se
arrumaram e claro que lhes demos da
nossa ração de combate.
Logo após a
nossa chegada ao Sagal e como é do conhecimento quase geral, não tínhamos
aldeamente . pelo que a mãe nunca largou a filha, não sei se pelo cabaço, ou se
para defender a honra da filha, no meio de quase duas centenas de jovens , foi
um trabalho difícil da mãe.
Foi mais
tarde entregue ao Esquadrão, para seguir para Mueda.
Acrescento
que com excepção da mulher da Amadora nunca houve nenhuma que lá tivesse
passado uma noite no Sagal
Este pequeno
texto demostra que mesmo numa situação
pouco digna se soube elevar os militares
e enquanto estiveram no Sagal e souberam respeitar o elo mais fraco . Direi
mais fraquíssimo.
O único abuso
que existiu , foram as fotos que se tiraram sem a respectiva autorização.
Eu fui um deles
Foto tirada
em 28/08/1967
Parede
13/10/2016
António Nascimento
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